exercício de futurologia [futurology exercise]
2018
Escritos em giz branco sobre parede, cartaz impresso
sobre papel, maquete de isopor e palavra em recorte vinílico.
[White chalk writings on wall, poster printed
on paper, styrofoam model and word in vinyl cutout.]
Dimensão variável [Variable dimension]
O projeto partiu da história do Paço das Artes de São Paulo, que, desde a sua fundação em 1969, nunca conquistou uma sede permanente para seu funcionamento. Em 2016, a instituição foi desalojada – mais uma vez – do seu endereço para ser encapsulado no Museu da Imagem e do Som. De um complexo cultural transdisciplinar de mais de 1.000m², passou a operar em uma sala expositiva de 80m², com uma programação bastante reduzida e fragilizada. Partindo da imagem e das narrativas desse museu “nômade”, que parece estar sempre à deriva a procura de um local para aportar e de sua atual situação residual, o projeto apresentou escritos, cartazes e maquetes. Um grande painel entrópico construído com giz diretamente sobre as paredes propôs, talvez, ideias e pensamentos de caminhos possíveis para a instituição, ao mesmo tempo em que foi entrecortado por diversas perguntas. Nos dez cartazes, ficaram visualmente registradas as palavras, as frases e as expressões que ecoam nas vozes da equipe da instituição. As sete maquetes apresentaram museus que não existem, proposições utópicas – os museus: aporia, afasia, inextricável, imbróglio, misantropo, apócrifo e sonâmbulo. O projeto apostou no rascunho, na imprecisão e na dúvida como forma de prospectar destinos para as instituições artísticas públicas.
The project stemmed from the history of the Paço das Artes in São Paulo, which, since its founding in 1969, has never secured a permanent headquarters for its operations. In 2016, the institution was evicted—once again—from its location to be encapsulated within the Museum of Image and Sound. From a transdisciplinary cultural complex of over 1,000 square meters, it was reduced to operating in an 80-square-meter exhibition room, with a significantly diminished and weakened program. Drawing from the image and narratives of this "nomadic" museum, which seems always adrift in search of a place to anchor and its current residual situation, the project presented writings, posters, and models. A large entropic panel drawn with chalk directly on the walls proposed, perhaps, ideas and thoughts of possible paths for the institution, while being interspersed with various questions. The ten posters visually recorded the words, phrases, and expressions that echo in the voices of the institution's team. The seven models presented museums that do not exist, utopian propositions—museums: aporia, aphasia, inextricable, imbroglio, misanthrope, apocryphal, and somnambulist. The project embraced the sketch, imprecision, and doubt as a way of prospecting futures for public art institutions.